Recentemente, o governo da Albânia contratou uma consultoria internacional para desenvolver um relatório voltado à modernização e digitalização de seus sistemas de compliance e tecnologia da informação.
O objetivo era nobre: criar uma base tecnológica mais eficiente, capaz de automatizar processos e melhorar a transparência nas relações trabalhistas e administrativas.
Mas o resultado foi tudo, menos tecnológico.
O documento entregue trazia erros graves, referências falsas e trechos sem embasamento real. Após a repercussão, a própria consultoria admitiu que parte do conteúdo havia sido gerada por inteligência artificial, sem revisão humana adequada.
O caso terminou com a devolução de cerca de 440 mil dólares ao governo albanês — um preço alto por confiar demais na automação e de menos na qualificação humana.
O que esse caso ensina ao mercado
IA é poderosa, mas não é autônoma
Ferramentas de IA generativa podem acelerar processos e gerar insights, mas também produzem erros se usadas sem supervisão. A tecnologia precisa ser orientada, validada e interpretada por profissionais experientes.A supervisão humana é o verdadeiro diferencial
Uma equipe preparada entende o contexto, questiona resultados e garante coerência — algo que nenhum algoritmo faz sozinho. O olhar humano continua sendo a peça-chave que transforma dados em decisões inteligentes.Transparência é parte da inovação
O uso de IA deve ser comunicado com clareza. Empresas responsáveis explicam onde e como ela é aplicada, assegurando que clientes e governos saibam o que estão recebendo.Responsabilidade não se terceiriza à máquina
No fim das contas, quem responde por falhas é sempre o humano — não o código. E é justamente essa responsabilidade que define as empresas que levam tecnologia a sério.
Tecnologia a serviço das pessoas — e não o contrário
Na era da inteligência artificial, não basta adotar ferramentas sofisticadas.
É preciso saber usá-las com propósito, ética e supervisão humana.
Por trás de cada linha de código, de cada relatório ou sistema automatizado, deve existir uma equipe que entende de tecnologia, mas também de pessoas — uma equipe que usa a IA para elevar o padrão de qualidade, e não para substituí-lo.
Fonte: Carta Capital


